DEUS
ESTÁ ABALANDO SUA IGREJA!
As décadas
de 70 e 80 foram marcadas pelo uso da televisão para divulgação do evangelho, sobretudo, nos EUA pelos chamados "televangelistas" que surgiram para pastorear a
igreja eletrônica do Séc. XX, tendo como seus principais ícones: Pat Robertson
com sua rede de televisão CBN, Jim Bakker com sua rede de televisão PTL, Rex
Humbard, Oral Roberts, Jimmy Sweggart, Robert Shuller, Kenneth Copeland, James
Robison e muitos outros.
Alguns
alcançaram projeção mundial com a transmissão de seus programas por vários
países da América Latina, África e Ásia. Alguns propagaram fortemente um
evangelho de prosperidade e sucesso, como Robert Shuller com seu programa “Hora
de Poder”; outros pregaram uma mensagem carismática enfatizando cura e
libertação. Jimmy Sweggart, em particular ficou conhecido por combater
ferozmente o comunismo, o mundanismo e muitas outras coisas. De todos eles, os
que mais alcançaram popularidade no Brasil foram Rex Humbard, Pat Robertson e
Jimmy Sweggart.
Mas o que
mais marcou a era dos evangelistas foi a queda de alguns deles envolvendo sexo
e dinheiro no final da década de 80. Nos jornais e revistas do mundo inteiro apareceram
manchetes como estas: “Guerra Santa: Dinheiro, Sexo e Poder”, “Deus e o
Dinheiro: Escândalo Sexual, Luxúria e Ganância por poder Explodem o Mundo da
Pregação na TV”.
(Texto
extraído do livro de John Walker, “A Igreja do Século XX”, A História que não
foi Contada, Editora Atos).
Se caminhamos pelos trilhos da sensatez, logo perceberemos que a igreja evangélica
brasileira vai na mesma direção da Igreja americana da década de
80. Uma das evidências está nos escândalos causados por grande parte dos televangelistas brasileiros, envolvendo "dinheiro, sexo e poder". Tudo está diante de nossos olhos. Considerando essas verdades, urge a necessidade de fazermos a seguinte indagação: " Qual deve ser a postura da comunidade cristã de modo geral frente a essas questões?" Devemos nos calar sob a justificativa, que não devemos tocar nos "ungidos" de Deus?, Ou, devemos num tom de puritanismo religioso dizer: "apenas oremos!"
Recebemos
muitas coisas boas advindas dos EUA. Louvamos a Deus pelos missionários
íntegros que contribuíram na evangelização de nossa nação. Entretanto, temos permitido que teologias anti-bíblicas exerçam grande influência em nossas práticas teológicas. A despeito destas coisas, posso afirmar que estamos reproduzindo os
mesmos princípios que trouxeram dor e ruína para a igreja norte americana na
década de 80. Pessoas frustradas, feridas e decepcionadas com a graça, estão
clamando por socorro todos os dias.
Concomitantemente
em que me alegro ver televangelistas, evangelistas e comunidades cristãs, dando
forte ênfase na conquista de vidas para Cristo, entristeço - me, pelo fato de que diversas delas, estão decepcionadas e fora da igreja por haver contradição em relação ao "discurso e prática bíblica". O abuso de autoridade tem sido um dos principais
vilões no seio da igreja. O espírito triunfalista, a messianidade e a
ostentação por luxo, poder e riquezas têm dominado lideranças das mais
diversas. Alianças e associações cristãs formam conchavos políticos e usam o
rebanho de Jesus para alcançar objetivos antagônicos à sua vontade. Ainda que venhamos nos calar, "Deus não se cala!" Enquanto muitos de nós nos acovardamos e tememos o homem, "Deus já está abalando sua igreja!"
Muitas das vezes Deus age por meio do "pneuma" que é o
conceito do novo testamento para um espírito manso e encorajador. Todavia, Ele
é também "ruach", que é a palavra do velho testamento para "bramido, um vento
destruidor". É bem provável que a igreja brasileira, esteja prestes a experimentar esta ação poderosa
de Deus. É questão de tempo para o Ruach de Deus trazer a tona todas às obras das
trevas em nosso cenário evangelical brasileiro. Os ministros do evangelho ditadores,
gananciosos, fraudulentos e mentirosos, serão expostos pela mídia nacional como
nunca houve antes em nossa nação. "Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz a igreja."
Marco Mardine - Bacharel em Teologia (Fathel/Unifil), Bacharel em Filosofia (Faculdade Sinal), Licenciado em Filosofia (ISCH) e Pós-Graduado em Ciências da Religião (Faculdade Sinal).
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