quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Pastores se tornam ateus mais continuam liderando igrejas: “Ler a Bíblia foi o que me levou a não crer mais em Deus”
“Eu sou ateu”, diz ’Jack’, um pastor afiliado à Convenção Batista do Sul, com mais de 20 anos de ministério. ”Vivo minha vida como se Deus não existe”, diz ‘Adam’, que faz parte da equipe pastoral de uma pequena igreja em um dos estados mais religiosos dos EUA. Os dois, que pediram para terem suas identidades protegidas, são pastores que perderam a fé. Ambos construíram suas vidas e carreiras ao redor da fé, mas agora dizem sentir-se encurralados, vivendo uma mentira.
“Passei a maior parte da minha vida acreditando e buscando essa fé religiosa chamada cristianismo. Ao chegar a este ponto de minha vida, simplesmente não sinto mais que posso crer nele. Quanto mais eu lia a Bíblia, mais perguntas eu tinha. Quanto mais as coisas que ela afirma não faziam sentido para mim, mais dificuldade eu tinha.”, afirma Jack.
O pastor Jack disse que há dez anos começou a sentir sua fé se esvair. Ficou incomodado com as inconsistências no relato dos últimos dias da vida de Jesus, a improbabilidade de histórias como a “Arca de Noé” e as ideias expressas na Bíblia sobre as mulheres e seu lugar no mundo.
“Ler a Bíblia foi o que me levou a não crer mais em Deus”, conclui. Ele diz ainda que era difícil continuar trabalhando no ministério. “Comecei a olhar para isso como apenas uma atividade profissional e faço o que tem de ser feito”, disse. “Venho fazendo isso há anos.”
Adam disse que suas dúvidas iniciais sobre Deus vieram ao ler o trabalho dos chamados neoateístas – autores populares como o cientista Richard Dawkins. Ele disse que seu objetivo era fazer uma pesquisa para ajudá-lo a defender sua fé.
“Pensava que Deus fosse grande o suficiente para lidar com todas as perguntas que eu pudesse ter”, afirma. Mas não foi isso que aconteceu. ”Percebi que tudo que me ensinaram a acreditar era uma espécie de abrigo seguro. Eu nunca realmente me interessei pelo ensino secular ou por outras filosofias… Eu pensava, ‘Ó, meu Deus. Estou crendo nas coisas erradas? Será que passei toda minha vida e ministério pregando algo que não é verdade?’”, relata Adam.
Ele disse que temia pela salvação de sua alma. “No momento que sentia estar perdendo a fé, mas ainda temia por minha salvação, pedi a Deus que tirasse minha vida antes que eu perdesse totalmente a fé”, lembra Adam. O pastor agora se considera um ‘agnóstico ateísta’. “Não acho que podemos provar que Deus existe nem que ele não existe”, disse. “Vivo a minha vida como se Deus não existisse.”
Ele e Jack dizem que quando pregam aos fiéis, tentam ater-se às porções da Bíblia que ainda acreditam – as que ensinam como ser uma pessoa boa. Ambos disseram que gostariam de abandonar seu ministério, mas não têm condições.
“Quero sair da situação que estou o mais rápido possível, porque tento ser uma pessoa de integridade e caráter”, disse Adam. “Com a economia do jeito que está, minha falta de capacitação para o mercado e apenas com o diploma do seminário, fico em uma posição difícil.”
Revelar o ateísmo secreto ‘será devastador’
Jack disse que seu segredo o faz sentir isolado e que certamente perderia um monte de amigos se admitisse que deixou de ser cristão. Sua esposa não sabe e ele acredita que possivelmente iria perdê-la também. ”Será algo muito confuso para ela”, disse Jack. “Será muito devastador e vai levar algum tempo para trabalharmos essa questão.”
Adam disse que sua esposa sabia de sua crise de fé, mas não que ele a perdera completamente. “É uma situação muito difícil. Não consigo pensar em outra carreira que seja tão drasticamente afetada por uma mudança de opiniões ou ideias”, disse ele.
“No começo, tive medo que, se perdesse minha fé, me tornaria uma pessoa horrível“, disse Adam. “Desde que perdi a fé percebi que ela realmente não tinha influência sobre quem eu sou, meu caráter e minhas ações. Não vivo de maneira diferente do que vivia quando era um crente fervoroso.”
Pastores ateus continuam liderando suas igrejas
Adam e Jack foram incluídos em um relatório do filósofo Daniel Dennett (foto) – professor da Universidade Tufts e um ateu conhecido – e de sua co-pesquisadora, Linda Lascola. Eles continuam com sua investigação sobre o clero descrente.
A rede ABC News contatou os dois pastores através de Dennett e de LaScola. Verificamos suas identidades e os cargos que ocupam e conduzimos as entrevistas separadamente.
Notícias Cristãs com informações da ABC News via Gospel+/Pavablog
terça-feira, 16 de novembro de 2010
“O PODER E O EVANGELICALISMO BRASILEIRO CONTEMPORÂNEO”
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Usufruindo de uma boa qualidade de vida, o pensamento complexo aplicado a visão de Deus para o homem
Um dos assuntos mais abordados atualmente pela mídia secular e religiosa através de seus programas tem sido, "Como Usufruir de uma Boa Qualidade de Vida". Um dos aspectos mais tratados sobre o assunto em questão é a saúde. Certamente não há como dissociar saúde desta temática. Entretanto, não querendo ser subversivo a esta idéia, considero ser necessário tratar da mesma numa perspectiva holística e interdisciplinar. Neste caso, é válido mencionar o pensamento complexo de Edgar Morin, que vê o mundo como um todo indissociável e propõe uma abordagem multidisciplinar e multirreferenciada para a construção do conhecimento. Partindo deste pressuposto, é de suma importância correlacionar o pensamento complexo aplicado a visão de Deus para o homem. Daí urge também a necessidade da compreensão Antropológica-teológica, que estuda a realidade do ser humano sob o ponto de vista da teologia. O Texto em questão no livro de Is 1:18-20, exprime o desejo de Deus em relação ao homem. Izaías é considerado o profeta evangélico. Visto que apresenta a mais completa e clara exposição do evangelho de Jesus Cristo que se pode encontrar em qualquer porção do antigo testamento. É principalmente na qualidade de Santo de Israel que Isaías apresenta o Senhor, que o impelia a profetizar. Vejamos algumas lições sobre o texto:
1. Vinde, pois, e arrazoemos... (V.18)
Segundo a interpretação bíblica de Shedd, Este é um convite aberto para um judicioso acerto de contas. O Próprio Deus se oferece a nos revestir de brancura da santidade, ao invés da cor de carmesim que representa nossa vida de pecados. Desta maneira, percebemos dentro de uma cosmovisão Judaico-cristã que faz a distinção entre alma e espírito, Que Deus as trata de forma integral e não separadamente, ou seja, não somos a soma de espírito+alma+corpo e sim espírito, alma e corpo. Partindo deste princípio, entendemos que Deus não tem interesse apenas em nossa qualidade de vida no aspecto da saúde física ou mental, sobretudo, Ele mostra-se também interessado em nossa essência espiritual. Acredito que a maneira como desenvolvemos nossa espiritualidade determinará nossa qualidade de vida.
2. Se quiserdes e me ouvirdes, comereis o melhor desta terra. (19)
No versículo anterior, vimos um convite aberto para um judicioso acerto de contas. Neste, temos um convite á graça. Independentemente da situação que nos encontramos, se optarmos em viver a ética do Reino (leia-se, vontade de Deus), seremos respaldados. Cristo já fez por nós à sua parte, o resto é conosco. Podemos desfrutar das benesses do Reino aqui e agora. Seja no corpo, como na alma e espírito.
3. Mas, se recusardes e fordes rebeldes, sereis devorados à espada; porque a boca do Senhor o disse. (V.20)
Jesus pagou o preço para que fôssemos livres do mercado da escravidão. Nos comprou afim de que vivamos para Ele na Era presente. O Senhor é galardoador dos que o buscam e Nele confiam plenamente. A medida que nos relacionamos com o Eternos na confiança do sacrifício de seu filho Jesus, que de uma vez por todas nos abençoou com todas as sorte de bençãos nas regiões celestiais, colhemos suas bençãos em todas as áreas de nossas vidas.
Conclusão: Se priorizarmos incessantemente nossa busca pela presença de Deus em nosso homem interior, todas as demais áreas serão tocadas pelo seu poder de tal forma que, certamente, "usufruiremos de uma boa qualidade de vida".
Soli Deo Gloria!
Por Marco Mardine
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
A ele ouvi
Marco Mardine - Bacharel em teologia (Fathel/Unifil), Bacharel em Filosofia (Faculdade Sinal), Licenciado em filosofia (ICSH) e Pós graduado em Ciências da Religião (Faculdade Sinal)
sábado, 16 de outubro de 2010
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Tomando posse das promessas de Deus numa perspectiva teológica existencialista
"...Então, Calebe fez calar o povo perante Moisés e disse: Eia! Subamos e possuamos a terra, porque, certamente, prevaleceremos contra ela." (Nm 13:30)
Nas sagradas escrituras, nos deparamos com inúmeras promessas de Deus para nossas vidas. Promessas que podem ser vivenciadas aqui e agora, e em toda sua plenitude no futuro. Partindo do princípio de que Deus, o qual nos prometeu à vida eterna, não pode mentir (Tito 1:2), devemos nos posicionar confiantemente no cumprimento de suas promessas. Nesse contexto, julgo ser válido considerar a teologia existencialista, através da "Fé" nas escrituras sagradas, numa perspectiva de meio para alcançar o que nos fora prometido pelas escrituras. O existencialismo é uma corrente filosófica e literária que destaca a liberdade individual, a responsabilidade e a subjetividade do ser humano. O existencialismo considera cada homem como um ser único que é mestre dos seus atos e do seu destino. O existencialismo afirma a prioridade da existência sobre a essência, segundo a célebre definição do filósofo francês Jean-Paul Sartre: "A existência precede e governa a essência." Essa definição funda a liberdade e a responsabilidade do homem, visto que esse existe sem que seu ser seja pré-definido. Durante a existência, à medida que se experimentam novas vivências redefine-se o próprio pensamento (a sede intelectual, tida como a alma para os clássicos), adquirindo-se novos conhecimentos a respeito da própria essência, caracterizando-a sucessivamente. Esta característica do ser é fruto da liberdade de eleição. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Existencialismo)
Como eleitos de Deus, temos a liberdade de escrever nosso presente e futuro. Tudo depende da maneira como escolhemos enfrentar à vida. Deus já nos mostrou o caminho. Jesus disse: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida..." A medida que experimentamos novas vivências por meio das escrituras, redefinimos nosso próprio pensamento acerca das promessas de Deus.
Apesar de Deus dizer de forma imperativa aos israelitas sobre a tomada da terra prometida "...Sobe, possui-a, como te falou o Senhor, Deus de teus pais: Não temas e não te assustes!" Dez dos doze espias enviados por Moisés a espiar a terra, retornaram cheios de incredulidades e de forma negativa tentaram influenciar a nação de Israel quanto ao desafio de se apropriar daquilo que Deus havia prometido. Num determinado momento, tiveram uma visão de que eram como gafanhotos diante dos olhos dos filhos dos Anaquins (gigantes-Nefilins), e diante de seus próprios olhos. Estavam agindo de forma contrária a fé que necessitavam para entrar na terra da promessa. Por conta da incredulidade, esta geração foi punida por Deus posteriormente. Porém, Calebe fez diferente, escolheu agir por fé diante daquilo que Deus havia prometido. Não se importou com os obstáculos. Antes fez calar o povo incrédulo perante Moisés e disse: Eia! Subamos e possuamos a terra, porque, certamente, prevaleceremos contra ela.
A resposta de Calebe, nos ensina três coisas acerca dos obstáculos da vida: 1) Sempre surgirão em nosso caminho; 2) Devemos ultrapassá-los; 3) Podemos vencê-los, se como Davi confiarmos no Senhor; os Golias serão derrotados e venceremos.
Diante dos obstáculos da vida, não pare, não temas! Certamente Deus cumprirá a seu tempo todas as suas promessas. A exemplo de Calebe digamos de forma uníssona: Subamos e possuamos a terra! Soli Deo Gloria!!!
Marco Mardine - Bacharel em Teologia (Fathel/Unifil), Bacharel em Filosofia (Sinal Faculdade), Licenciado em Filosofia (ISCH) e Pós-Graduado em Ciências da Religião (Sinal Faculdade).
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
A FÉ QUE OPERA MILAGRES
Texto: Lc 7:1-10
Entendo que nosso maior desafio a ser enfrentado no tempo presente, é de mantermos a chama de nossa fé viva frente a realidade pós moderna. Um dos maiores inimigos a serem resistidos chama-se RELATIVISMO e CIENTIFICISMO BÍBLICO. Uma das prédicas atuais tem sido: "não há verdade absoluta!" Partindo deste pressuposto, quão difícil passa a ser para a igreja contemporânea manter-se fiel aos princípios da palavra de Deus. Pois, se a consciência do homem pós moderno é de que não há verdade absoluta, logo a escritura sagrada passa a ser algo totalmente subjetiva e sem muita importância. A partir daí surgem os questionamentos: As escrituras sagradas não foram escritas acerca de 2000 anos atrás? Será que não houve erro por parte dos tradutores? Se a escritura bíblica é a verdade de Deus, porque há uma fragmentação na comunidade cristã? Se Jesus é o mesmo para todos os cristãos, porque então existem tantas igrejas? Meu intuito aqui, não é de gerar mais controvérsias a esse respeito, e sim, tentar levá-lo (a) a uma reflexão da realidade complexa e presente. A questão, está na relativização das coisas pelo processo científico. Entretanto, nesse caso, a escritura sagrada não pode ser julgada a partir desta ótica, pois toda a ciência necessita de um objeto de pesquisa e sendo assim, por ser Deus transcendental, ou seja, além dos limites do mundo e o autor das escrituras sagradas, torna-se impossível qualquer tentativa de passá-la no crivo da pesquisa científica. Precisamos olhar para a palavra de Deus numa perspectiva de "infalibilidade", e como verdade suprema e absoluta. Pois é o próprio Deus que se desnuda diante de nós para que vivamos aqui e agora sua própria existência. Porém, para isso o fator "fé" é de vital importância! Toda a cristandade geme a espera de milagres. Necessita-se do milagre da cura física ou emocional, da libertação espiritual, da provisão financeira e da vida profissional, do bom relacionamento conjugal e familiar e outros mais.
Segundo o evangelho de Lucas 7:1-10, temos a descrição de um certo oficial romano denominado pela narrativa bíblica de "centurião", pois possivelmente este comandava um exército de cem homens. Segundo a bíblia, um dos servos deste centurião encontrava-se enfermo, o que levou-o a buscar ajuda em Cristo por conta de sua fama que corria por toda parte. Este homem estava prestes a contemplar um milagre. Apesar de ser gentio, era possuidor de uma fé que até aquele momento Jesus não havia encontrado em Israel. Imagino que, tanto quanto eu, muitos estão a espera de um milagre! Para isso precisamos saber, qual o tipo de fé que opera milagres? Vejamos os elementos da fé do centurião:
1) Profunda humildade
A humildade é um pré-requisito para o milagre, pois da humildade precede a honra. Deus tem prazer em honrar nossa fé a partir deste princípio. Quando agimos de humildade, reconhecemos nossa insuficiência e incapacidade, demonstrando desta forma nossa total dependência Dele. Apesar do centurião gozar de uma certa popularidade e reconhecimento de sua autoridade, curvou-se diante de Jesus reconhecendo nele autoridade superior à sua própria.
2) Absoluta confiança no poder de Cristo sobre todas as forças invisíveis que flagelam a humanidade.
Temos ouvido nestes dias sobre diversos tipos de caos que a humanidade e a sociedade como um todo tem enfrentado. O caos do aquecimento global, o caos da corrupção, o caos das enfermidades virais, o caos da violência, o caos da prostituição, o caos da criminalidade, o caos da miséria, o caos da intolerância religiosa e também porque não dizer sobre o caos da "religião". Todos estes males são muitas das vezes forças invisíveis que tem flagelado a humanidade, bem como também a comunidade cristã. Não são poucos os que se sentem impotentes diante destas coisas, muitas das vezes, pela simples razão de não conhecerem e confiarem nas escrituras e no poder de Deus. Desta forma, vivem perplexos e desmotivados diante das intempéries da vida. Quando o Centurião viu Jesus se aproximando, correu ao seu encontro dizendo que não era digno que Jesus entrasse em sua casa. Disse que bastava uma só palavra que seu servo seria curado. Este homem sabia que quando um chefe ordena uma tarefa a seu servo, não precisa estar presente para a execução da mesma. Esta atitude do centurião demonstrou sua total confiança na autoridade e poder absoluto de Cristo.
É possível vivermos uma porção do Reino de Deus aqui e agora! Podemos superar os males emergentes, sobretudo, podemos viver os milagres de Deus a cada instante de nossas vidas. Entretanto, os dois elementos fundamentais que operam a fé, enumerados anteriormente, precisam ser praticados. É essa fé que opera milagres!!!
Pr. Marco Mardine - Bacharel em Teologia (Fathel/Unifil), Bacharel em Filosofia (Faculdade Sinal), Licenciatura em Filosofia (ISCH) e Pós Graduado em Ciências da Religião (Faculdade Sinal)
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
O colapso do Movimento Evangélico
Ricardo Gondim
Dois pastores paulistas se fantasiam de Fred e Barney. Isso mesmo, fantasiados de Flintstone, entre gracejos ridículos, acreditam que estão sendo "usados por Deus para salvar almas". Na rádio, um apóstolo ordena que tragam todos os defuntos daquele dia, pois ele sente que Deus o "ungiu para ressuscitar mortos".
Os jornais denunciam dois políticos de Minas Gerais, "eleitos por suas denominações para representar os interesses dos crentes", como suspeitos de assassinato. O rosário se alonga: oração para abençoar dinheiro de corrupção; prisão nos Estados Unidos por contrabando de dinheiro, flagrante de missionários por tráfico de armas; conivência de pastores cariocas com chefões da cocaína .
Fica claro para qualquer leigo: O movimento Evangélico brasileiro se esboroa. O processo de falência, agudo, causa vexame. Alguns já nem identificam os evangélicos como protestantes. As pilastras que alicerçaram o protestantismo vêm sendo sistematicamente abaladas pelo segmento conhecido como neopentecostal. Como um trator de esteiras, o neopentecostalismo cresce passa por cima da história, descarta tradições e liturgias e se reinventa dentro das lógicas do mercado. É um novo fenômeno religioso.
É possível, sim, separá-lo como uma nova tendência. Sobram razões para afirmar-se que o neopentecostalismo deixou de ser protestante ou até mesmo evangélico.É uma nova religião. Uma religião simplória na resposta aos problemas nacionais, supersticiosa na prática espiritual, obscurantista na concepção de mundo, imediatista nas promessas irreais e guetoizada em seu diálogo cultural.
Mas a influência do neopentecostalismo já transbordou para o "mainstream" prostestante. O neopentecostalismo fermentou as igrejas consideradas históricas. Elas também se vêem obrigadas a explicar quase dominicalmente se aderiram ou não aos conceito mágicos das preces. Recentemente, uma igreja batista tradicional promoveu uma "Maratona de Oração pela Salvação de Filhos Desviados".
Pentecostais clássicos, como a Assembléia de Deus, estão tão saturados pela teologia neopentecostal que pastores, inadvertidamente, repetem jargões e prometem que a vida de um verdadeiro crente fica protegida dentro de engrenagens de causa-e-efeito. Os "ungidos" afirmam que sabem fazer "fluir as bênçãos de Deus". É comum ouvir de pregadores pentecostais que vão ensinar a "oração que move o braço de Deus”.
O Movimento Evangélico implode. Sua implosão é visceral. Distanciou-se de dois alicerces cristãos básicos, graça e fé. Ao afastar-se destes dois alicerces fundamentais do cristianismo, permitiu que se abrisse essa fenda histórica com a tradição apostólica.
1. A teologia da Graça
Desde a Reforma, protestantes e católicos passaram a trabalhar a Graça como pedra de arranque de um novo cristianismo. O texto bíblico, “o justo viverá da fé”, acendeu o rastilho de pólvora que alterou a cosmovisão herdada da Idade Média. A Graça impulsionou o cristianismo para tempos mais leves. Foi a Graça que acabou com a lógica retributiva que mostrava Deus como um bedel a exigir penitência. Devido a Graça entendeu-se que a sua ira não precisa ser contida. O cristianismo medieval fora infectado por um paganismo pessimista e, por isso, sobravam espertalhões vendendo relíquias e objetos milagrosos que, segundo a pregação, “ garantiam salvação e abriam as janelas da bênção celestial”.
Lutero, um monge agostiniano, portanto católico, percebeu que o amor de Deus não podia ser provocado por rito, prece, pagamento ou penitência. Graça, para Lutero, significava a iniciativa de Deus, constante, unilateral e gratuita, de permanecer simpático com a humanidade. Lutero intuiu que Deus não permanecia de braços cruzados, cenho franzido, à espera de que homens e mulheres o motivassem a amar. O monge escancarou: as indulgências eram um embuste. Assim, Lutero solapava o poder da igreja que se autoproclamava gerente dos favores divinos.
Passados tantos séculos, o movimento neopentecostal, responsável pelas maiores fatias de crescimento entre evangélicos, abandonou a pregação da Graça. (É preciso ressaltar, de passagem, que o conceito da Graça pode até constar em compêndios teológicos, mas não significa quase nada no dia-a-dia dos sujeitos religiosos).
Os neopentecostais retrocederam ao catolicismo medieval. É pre-moderna a religiosidade que estimula valer-se de amuletos “como ponto de contato para a fé”; fazerem-se votos financeiros para “abrir as portras do céu”; “pagar o preço” para alcançar as promessas de Deus. Desse modo, a magia espiritual da Idade Média se disfarçou de piedade. A prática da maioria dos crentes hoje se concentra em aprender a controlar o mundo sobrenatural. Qual o objetivo? Alcançar prosperidade ou resolver problemas existenciais.
2. A compreensão da Fé
“A Piedade Pervertida” (Grapho Editores) de Ricardo Quadros Gouvêa é um trabalho primoroso que explica a influência do fundamentalismo entre evangélicos.
“O louvorzão, assim como as vigílias e as reuniões de oração, e até mesmo o mais simples culto de domingo, muitas vezes não passam de um tipo de superstição que beira a feitiçaria, uma vez que ele é realizado com o intuito de ‘forçar’ uma ação benévola da parte de Deus, como se o culto e o louvor fossem um ‘sacrifício’, como os antigos sacrifícios pagãos. Neste caso, não temos mais liturgias, mas sim teurgias, nas quais procura-se manipular o poder de Deus” (p.28).
Ora, enquanto fé permanecer como uma “alavanca que move os céus”, as liturgias continuarão centradas na capacidade de tornar a oração mais eficaz. Antes dos neopentecostais, o Movimento Evangélico já se distanciara dos Místicos históricos que praticavam a oração com um exercício de contemplação e não como ferramenta de como tornar Deus mais útil.
Fé não é uma força que se projeta na direção do Eterno. Fé não desata os nós que impedem bênçãos. Fé é coragem de enfrentar a vida sem qualquer favor especial. Fé é confiança de que os valores de Cristo são suficientes no enfrentamento das contingências existenciais. Fé aposta no seguimento de Cristo; seguir a Cristo é um projeto de vida fascinante.
O neopentecostalismo ganhou visibilidade midiática, alastrou-se nas camadas populares e se tornou um movimento de massa. Por mais que os evangélicos conservadores não admitam, o neopentecostalismo passou a ser matriz de uma nova maneira de conceber as relações com o Divino.
A alternativa para o rolo compressor do neopentecostalismo só acontecerá quando houver coragem de romper com dogmatismos e com os anseios de resolver os problemas da vida pela magia.
O caminho parece longo, mas uma tênue luz já desponta no horizonte, e isso é animador.
Soli Deo Gloria
Fonte: Ricardo Gondim
http://www.ricardogondim.com.br
quinta-feira, 4 de março de 2010
Educação Teológica
Há templos cheios, mas púlpitos vazios. Há coreografias e louvores em diversificados ritmos, mas nem sempre é possível ouvir o som da poderosa voz de Deus. Há muitos valores contabilizados, mas os valores do caráter cristão estão escassos.
Precisamos de uma reforma, precisamos voltar às Escrituras, e isso só é possível se a Escola Teológica se empenhar em formar homens e mulheres comprometidos com o ensino das Escrituras. Certamente, há no Brasil centenas de instituições de ensino teológico, algumas com o padrão do MEC, outras se preocupando apenas com o estilo da sua comunidade. No entanto, há necessidade de um modelo de educação teológica que:
- prepare ministros de forma integral;
- forme ministros comprometidos com o ensino das Escrituras;
- priorize o caráter no exercício das suas funções;
- ofereça oportunidades para a prática ministerial;
- prepare líderes que sirvam às igrejas.
Nossa reflexão relaciona a tarefa de formar pastores/ministros com a missão da Igreja. É sobre esse modelo que refletiremos em seguida.
Uma educação teológica de qualidade deve preparar o ministro de forma integral
O princípio fundamental da educação é contribuir com o desenvolvimento integral da pessoa, é considerar o aluno como um todo evitando sua fragmentação. Trata-se de um modelo que parte da visão integral do indivíduo e enfatiza a formação de vidas maduras do ponto de vista intelectual, social, operacional, pessoal (ontológico) e afetivo. Como educadores na área da teologia, somos desafiados a elaborar um programa pedagógico que alcance os alunos como ser integral, dando-lhes a oportunidade de crescer como pessoa e desenvolver suas habilidades e competências para um ministério bem-sucedido, que atenda à realidade da Igreja brasileira e do mundo pós-moderno.
No trabalho educacional, para que a formação do ministro seja integral e para que a Igreja cumpra sua missão holística, os ensinos teórico e prático não podem estar desassociados.
A inserção de conteúdos para valorização da cultura, da ética e da cidadania e os conhecimentos adquiridos das experiências formais e informais preparam o aluno para adentrar no ministério, contextualizando a mensagem do Evangelho às novas realidades e aos contextos da nossa época.
Capacitá-los para unir o saber às evidências do contexto: “É colocar o homem como sujeito da educação e, apesar de uma grande ênfase no sujeito, evidencia-se uma tendência interacionista, já que a interação homem-mundo, sujeito-objeto é imprescindível para que o ser humano se desenvolva e se torne sujeito de sua praxis.” 1
Para esse modelo, será necessário rever os objetivos educacionais, o planejamento curricular, o conteúdo programático, o preparo do professor e a visão do aluno. Só um ser total é capaz de se realizar plenamente naquilo que executa e no desempenho do seu ministério.
A educação teológica deve formar o ministro comprometido com o estudo e o ensino da Escritura Sagrada.
O verdadeiro ensino a que se propõe a Teologia é o ensino da Palavra. É necessário dar atenção a interdisciplinaridade, porém nenhum conteúdo curricular deve sobrepor-se a voz de Deus expressa no texto sagrado. “Continuamos convictos de que a Palavra de Deus fornece o paradigma atemporal que define a natureza e as características do pastorado.”2 Se a Escritura não tiver a centralidade da vida e da prática ministerial, não podemos afirmar que somos profetas para nossa geração. Infelizmente, presenciamos muitos pregadores, não digo apenas os televisivos, ou os neopentecostais, mas pastores que passaram por renomados seminários e que substituem a Escritura Sagrada por palavras de autoajuda, por argumentação humanística e filosófica, histórias imaginárias sobre o texto bíblico deixando obsoleto o ensino genuíno da Palavra de Deus. Parece que a Palavra perdeu sua atualidade. John Stott nos lembra que: “A velha Palavra de Deus é atual porque alcança o homem do século XXI em suas reais necessidades. Fala à sua cultura ao seu contexto – o ecossistema e a preservação da natureza — às questões sociais e econômicas. A Bíblia é o preceito divino para todos os homens em todas as épocas e em todas as culturas”. 3
É através da filosofia institucional comprometida com a Escritura que a escola prepara seus alunos para o uso profundo da Palavra relevando o texto sagrado a qualquer outro conteúdo. Deve fazer parte dos objetivos da Instituição o ensino centrado na Palavra, a ênfase na vida devocional e o compromisso pelo exame acurado do livro de Deus.
Se esses valores forem adquiridos durante o tempo de preparo, o pregador não se contentará em usar esboços de sermões encontrados na internet, plagiando os grandes pensadores; ele aprenderá a primar pela originalidade e a buscar no texto sagrado a mensagem de Deus para o povo.
John MacArthur assinala: “Jamais diria que prego teologia sistemática. Prefiro dizer que prego um aspecto da teologia bíblica — a teologia extraída do estudo de um texto.”4 Ele afirma que gasta trinta horas por semana com o estudo da Palavra, preparando-se para pregar três horas. Uma educação teológica de qualidade forma líderes como Apolo —“Poderoso nas Escrituras” (At 18.24).
Uma educação teológica de qualidade deve priorizar a formação do caráter
Toda educação tem por fim a formação do caráter — alcançar o indivíduo na sua integralidade, com o objetivo de tornar o homem um cidadão útil à sociedade. A educação teológica tem uma proposta ainda mais desafiadora. Além de trabalhar com o indivíduo, com um ser psicossocial, afetivo e cognitivo, trabalha com um ser espiritual. Ela tem a responsabilidade de formar o caráter, não apenas objetivando o padrão social, com os traços que delineiam os valores morais de um cidadão consciente, mas também se responsabilizando pela formação do caráter cristão num nível muito mais elevado — “...Cristo em vós, a esperança da glória”; “...até que Cristo seja formado em vós”; “...até que todos cheguemos... à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Cl 1.27; Gl 4.19; Ef. 4.13).
Até hoje os educadores tropeçam na árdua missão de formar. Com todas as mudanças de paradigmas no sistema ensino-aprendizagem e inovações técnico-metodológicas no sistema educacional, ainda temos uma educação voltada para as funções intelectivas. Como educadores cristãos, nós também temos tropeçado, e, na verdade, formamos pessoas em um grau bem insignificante em comparação com o quanto informamos. Como “Platão pressupunha que passamos a conhecer a verdade através da razão, este conceito, traduzido em termos cristãos, relaciona a fé com atividade cerebral”. 5
Criar a consciência de valores morais, pessoais e espirituais e conduzir a pessoa para ser capaz de elaborar juízo de valor de modo a decidir por si mesma e agir com autonomia em diferentes circunstâncias da vida é o que devemos objetivar.
A prática educativa, seja qual for a sua área, tem o papel essencial de conferir a todos os seres humanos, a habilidade de pensamento, discernimento, sentimentos e imaginação de que necessitam para desenvolver seus talentos. Para isso, ela deve oferecer oportunidades para que o aluno desenvolva suas potencialidades: a memória, o raciocínio, o cognitivo, o afetivo, o sentido estético, a aptidão para comunicar-se e as habilidades diversas.
Mas, antes de tudo, o papel do educador é conduzir o aluno a aprender a ser, com o objetivo da realização completa do homem na complexidade das suas expressões e dos seus compromissos, para manifestação da glória de Deus e do seu Cristo.
Não podemos esquecer que o conhecimento adquirido é para edificação da Igreja no exercício da mutualidade dos seus membros e expansão do reino eterno em todo mundo.
A educação é, portanto, ao mesmo tempo, um processo individualizado e uma construção social interativa. Não saber por saber ou para sobrepor-se aos demais, defendendo uma postura clerical exacerbada. Para formar caráter, devemos trabalhar com os objetivos atitudinais. Bons resultados têm sido obtidos com entrevista, tutoria, mentoria e aconselhamento psicológico, buscando a prática do discipulado e da integração grupal, visando à construção equilibrada do ser. Nas matérias bíblicas, a aplicabilidade das Verdades divinas à vida pessoal é uma excelente ferramenta para alcançar esse objetivo. Para isso, “Precisamos de professores-pastores e pastores-professores, não de professores ou pastores como propõe o Prof. Carlos Antonio N. Thompson do seminário Palavra da Vida.
Os escândalos que presenciamos seriam evitados se os líderes tivessem se submetido a um programa de formação do caráter — os valores cristãos que marcam a nossa identidade. Robert Clinton, escrevendo sobre: ‘Etapas na vida de um líder’, expõe que “Deus trabalha primordialmente no líder, não por meio dele. Seguindo o princípio de que o ministério flui do que se é toma novo significado à medida que o caráter do líder toma corpo e amadurece.”6 Ensinar a ser deve preocupar-nos muito mais que ensinar a fazer, pois o caráter é o que dá forma e caracteriza o trabalho cristão.
A educação teológica deve oferecer oportunidades para a prática ministerial
A educação teológica, como toda educação, deve esmerar-se para oferecer uma prática que justifique a busca do conhecimento. Ela não deve restringir seu conteúdo a conceituações e codificação do saber. Primeiro, porque devemos compreender o mundo e o contexto em que estamos inseridos. O conhecimento só tem valor, se for capaz de fazer a interação do homem com seu habitat e com o seu contexto social. Segundo, pelo prazer de entender a Verdade para fazê-la entendida num ‘modus vivend’ de cada um.
A elaboração do currículo das escolas teológicas não se deve concentrar numa proposta academicista, explorando apenas o poder de raciocínio dos seus alunos. Se sua missão é preparar obreiros para servir a Igreja e as comunidades, e apresentar o Evangelho de Cristo, como a mensagem para as necessidades do homem todo e para todo o homem, ela deve oportunizar experiências reais, para que seus alunos tenham contatos com as várias classes sociais e sintam a carência dos indivíduos a quem a mensagem deve alcançar.
O que constatamos nos nossos modelos, na sua maioria, é a preocupação exacerbada com a oratória e a prática do sermão. Atestamos que pregar bem é uma exigência legal para quem é vocacionado para o ministério sagrado. Porém, a Igreja precisa de ministérios diversificados e não apenas de bons pregadores. Para realizar sua missão, ela deve estar presente em todos os segmentos da sociedade. Em um país em desenvolvimento como o nosso, há uma necessidade premente de ministros que saibam falar não apenas a mentes privilegiadas, mas a corações sofridos, aos que precisam ver, não apenas ouvir, a veracidade da mensagem, que deve ser expressa em atitudes de amor e de solidariedade.
Se o aluno de teologia não é treinado a ver as formas em que a mensagem do evangelho toma forma, sua prédica nunca terá a forma da cruz e sua vida nunca experimentará a encarnação da mensagem. Somos seguidores do Cristo, o Verbo eterno, que se encarnou tornando-se servo para todos aqueles que necessitam da expressão da sua vida nas mais variadas formas de vida.
Se as faculdades seculares elaboram estágios desde o primeiro ano do curso, e as empresas em parceria recebem os estudantes para prepará-los melhor para o mercado, é porque descobriram a antiga regra da Pedagogia: “Só podemos dizer que houve aprendizado, quando o aluno é capaz de praticar o conceito ou a regra aprendida. Só se aprende fazendo.” Na Educação Teológica não pode ser diferente porque o nosso trabalho alcança a vida humana em todas as suas expressões.
“Toda teologia é essencialmente prática. A teologia é prática no sentido de que ela se ocupa, em todas as suas expressões, das questões mais básicas da existência humana. A Teologia é prática porque pensa e elabora a fé em sua relação com a vida.” 7
Preparar ministros que sirvam as igrejas
Recebemos os alunos da igreja e não podemos prepará-los bem sem manter o elo com a igreja. Sabemos que o vocacionado vem da igreja em que ele recebeu o seu chamamento e que, após o tempo de preparação, voltará a servir em sua comunidade, pelo menos deve ser essa a proposta. Sabemos que nem sempre é assim, porque há líderes que não acompanham a vida de seus vocacionados. Por trabalhar em um seminário interdenominacional, recebemos alunos de igrejas históricas, os quais não têm nenhuma perspectiva de ministério junto à denominação, outros de igrejas independentes que não têm sequer apoio da liderança para estudarem. Se a liderança não é formada, por que há necessidade de receber formação para dirigir igreja? Os que vêm de igrejas pentecostais raramente têm apoio. Na verdade, a realidade é muito complexa. Vivemos um momento histórico em que definir a linha teológica, a liturgia e a formação dos obreiros da igreja evangélica é muito complicado. Não podemos definir a postura do líder pela denominação que ele professa. Mas, uma coisa é verdadeira: nenhuma faculdade ou seminário maior deve esquecer que o produto do seu trabalho é oferecer a igreja o obreiro capacitado para toda boa obra. É isso que se espera de alguém que dedicou quatro ou cinco anos de sua vida preparando-se para a obra do ministério.
Por que algumas denominações se decepcionaram com suas instituições de ensino? Porque receberam os vocacionados mais descrentes em relação à Bíblia do que quando foram enviados, mais conhecedores dos pensadores modernos do que dos pais da Igreja. E alguns deles não puderam se inserir nas atividades eclesiásticas.
Por que outras denominações chegaram a proibir seus vocacionados de frequentar uma escola teológica? Porque tinham medo de perdê-los para o mundo do conhecimento.
É mister que as instituições de ensino se posicionem como parceiras das igrejas na formação dos seus vocacionados. Receber uma carta de recomendação é muito pouco para uma tarefa tão importante. Por outro lado, a igreja deve assumir sua parte na parceria, acompanhando o desenvolvimento espiritual, prático e acadêmico de seus membros.
Ouvi de um pastor que sua denominação programou a abertura de 200 novas igrejas dentro de um ano. Porém, comentou-se: Como abrir trabalhos pioneiros se o seminário está preparando para o púlpito e não para o campo? Uma educação teológica de qualidade deve preparar o vocacionado para servir a igreja em todos os seus programas e projetos no cumprimento de sua missão integral.
Para trabalhar com esses princípios, a educação teológica deve cumprir sua missão de educar com uma visão integral do indivíduo e do ministério, a fim de que possamos formar líderes:
- “Com a mente de um teólogo” — capaz de pensar teologicamente para expor a Verdade divina com profundidade, clareza e precisão.
- “Com o coração de um místico” — experimentado na vida devocional, no campo da espiritualidade e da relação com Deus. Diplomado nas disciplinas espirituais.
- “Com a coragem de um desbravador”— treinado na prática, ousado como foram os pioneiros que ultrapassaram as fronteiras, prontos a qualquer tipo de tarefa que objetiva a expansão do Reino eterno.
- “Com a humildade de um santo” — capaz de conviver com pessoas de diferentes níveis de educação, cultura, de divergentes pontos doutrinários e de distintas formas de dons. Tratado na personalidade e trabalhado nas emoções, fortalecido com a superabundante graça de Deus.
Temos diante de nós o grande desafio de aperfeiçoar o nosso programa de educação teológica a fim de que alcancemos esse perfil de ministros tão necessário para a Igreja e para a sociedade.
1 MIZUKAMI, Maria da Graça, Ensino: as abordagens do processo. EPU, 1986.
2 MACARTHUR, John, Jr., Redescobrindo o ministério pastoral. CPAD. 1999, p. 235.
3 STOTT, John, Cristianismo autêntico. Vida, 2001, p. 88.
4 MACARTHUR, John, Jr., Redescobrindo o ministério pastoral. CPAD, 1999. p. 32.
5 BOLT, Martin e Myers, David, Interação Humana. Vida Nova, 1989.
6 CLINTON, J. Robert. Etapas na vida de um líder. Editora Descoberta, 2000, p. 49.
7 ROSA, R.S. O que é teologia prática? Notas introdutórias. In Simpósio, n. 36, ASTE, 1993, p. 7.
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Bibliografia:
MIZUKAMI, Maria da Graça, Ensino: as abordagens do processo. EPU, 1986.
MACARTHUR, John, Jr., Redescobrindo o ministério pastoral. CPAD. 1999, p. 235.
STOTT, John, Cristianismo autêntico. Vida, 2001, p. 88.
MACARTHUR, John, Jr., Redescobrindo o ministério pastoral. CPAD, 1999. p. 32.
BOLT, Martin e Myers, David, Interação Humana. Vida Nova, 1989.
CLINTON, J. Robert. Etapas na vida de um líder. Editora Descoberta, 2000, p. 49.
ROSA, R.S. O que é teologia prática? Notas introdutórias. In Simpósio, n. 36, ASTE, 1993, p. 7.
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