quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Pastores se tornam ateus mais continuam liderando igrejas: “Ler a Bíblia foi o que me levou a não crer mais em Deus”


“Eu sou ateu”, diz ’Jack’, um pastor afiliado à Convenção Batista do Sul, com mais de 20 anos de ministério. ”Vivo minha vida como se Deus não existe”, diz ‘Adam’, que faz parte da equipe pastoral de uma pequena igreja em um dos estados mais religiosos dos EUA. Os dois, que pediram para terem suas identidades protegidas, são pastores que perderam a fé. Ambos construíram suas vidas e carreiras ao redor da fé, mas agora dizem sentir-se encurralados, vivendo uma mentira.
“Passei a maior parte da minha vida acreditando e buscando essa fé religiosa chamada cristianismo. Ao chegar a este ponto de minha vida, simplesmente não sinto mais que posso crer nele. Quanto mais eu lia a Bíblia, mais perguntas eu tinha. Quanto mais as coisas que ela afirma não faziam sentido para mim, mais dificuldade eu tinha.”, afirma Jack.
O pastor Jack disse que há dez anos começou a sentir sua fé se esvair. Ficou incomodado com as inconsistências no relato dos últimos dias da vida de Jesus, a improbabilidade de histórias como a “Arca de Noé” e as ideias expressas na Bíblia sobre as mulheres e seu lugar no mundo.
“Ler a Bíblia foi o que me levou a não crer mais em Deus”, conclui. Ele diz ainda que era difícil continuar trabalhando no ministério. “Comecei a olhar para isso como apenas uma atividade profissional e faço o que tem de ser feito”, disse. “Venho fazendo isso há anos.”
Adam disse que suas dúvidas iniciais sobre Deus vieram ao ler o trabalho dos chamados neoateístas – autores populares como o cientista Richard Dawkins. Ele disse que seu objetivo era fazer uma pesquisa para ajudá-lo a defender sua fé.
“Pensava que Deus fosse grande o suficiente para lidar com todas as perguntas que eu pudesse ter”, afirma. Mas não foi isso que aconteceu. ”Percebi que tudo que me ensinaram a acreditar era uma espécie de abrigo seguro. Eu nunca realmente me interessei pelo ensino secular ou por outras filosofias… Eu pensava, ‘Ó, meu Deus. Estou crendo nas coisas erradas? Será que passei toda minha vida e ministério pregando algo que não é verdade?’”, relata Adam.
Ele disse que temia pela salvação de sua alma. “No momento que sentia estar perdendo a fé, mas ainda temia por minha salvação, pedi a Deus que tirasse minha vida antes que eu perdesse totalmente a fé”, lembra Adam. O pastor agora se considera um ‘agnóstico ateísta’. “Não acho que podemos provar que Deus existe nem que ele não existe”, disse. “Vivo a minha vida como se Deus não existisse.”
Ele e Jack dizem que quando pregam aos fiéis, tentam ater-se às porções da Bíblia que ainda acreditam – as que ensinam como ser uma pessoa boa. Ambos disseram que gostariam de abandonar seu ministério, mas não têm condições.
“Quero sair da situação que estou o mais rápido possível, porque tento ser uma pessoa de integridade e caráter”, disse Adam. “Com a economia do jeito que está, minha falta de capacitação para o mercado e apenas com o diploma do seminário, fico em uma posição difícil.”

Revelar o ateísmo secreto ‘será devastador’
Jack disse que seu segredo o faz sentir isolado e que certamente perderia um monte de amigos se admitisse que deixou de ser cristão. Sua esposa não sabe e ele acredita que possivelmente iria perdê-la também. ”Será algo muito confuso para ela”, disse Jack. “Será muito devastador e vai levar algum tempo para trabalharmos essa questão.”
Adam disse que sua esposa sabia de sua crise de fé, mas não que ele a perdera completamente. “É uma situação muito difícil. Não consigo pensar em outra carreira que seja tão drasticamente afetada por uma mudança de opiniões ou ideias”, disse ele.
“No começo, tive medo que, se perdesse minha fé, me tornaria uma pessoa horrível“, disse Adam. “Desde que perdi a fé percebi que ela realmente não tinha influência sobre quem eu sou, meu caráter e minhas ações. Não vivo de maneira diferente do que vivia quando era um crente fervoroso.”

Pastores ateus continuam liderando suas igrejas
Adam e Jack foram incluídos em um relatório do filósofo Daniel Dennett (foto) – professor da Universidade Tufts e um ateu conhecido – e de sua co-pesquisadora, Linda Lascola. Eles continuam com sua investigação sobre o clero descrente.
A rede ABC News contatou os dois pastores através de Dennett e de LaScola. Verificamos suas identidades e os cargos que ocupam e conduzimos as entrevistas separadamente.

Notícias Cristãs com informações da ABC News via Gospel+/Pavablog

terça-feira, 16 de novembro de 2010

“O PODER E O EVANGELICALISMO BRASILEIRO CONTEMPORÂNEO”

Por Marco Mardine
"Se nos afastamos de Deus, quem nos garante que um dia um poder humano não reivindique de novo o direito de decidir que vida humana vale e qual não vale?" (Papa João Paulo II)
É preocupante o nível de influência que o secularismo tem exercido no ambiente evangelical, sobretudo, na maneira como a igreja tem se portado diante do “menu” oferecido. Há uma diversidade de paradigmas, cujo princípios e valores são completamente distantes da ortodoxia bíblica (pensamento do autor). A igreja contemporânea, por conta desta ambiência, tem permitido através de compreensões funestas, a construção de uma teologia cada vez mais neoliberal e maligna. Um dos grandes vilões no eixo evangelical, tem sido a busca pelo “poder”. Postula-se entre algumas comunidades cristãs, que a igreja é detentora de poder. Daí urge a necessidade de se perguntar: Que poder é esse e qual o seu propósito? Consideremos de forma breve o significado deste substantivo (Leia-se, poder). Poder (do latim: potere) é, literalmente, o direito de deliberar, agir, mandar e também, dependendo do contexto, a faculdade de exercer a autoridade, a soberania, ou o império de dada circunstância, ou posse do domínio, da influência ou da força. Segundo a wikipédia, na cosmovisão sociológica, define-se poder, geralmente, como a habilidade de impor a sua vontade sobre os outros, mesmo se estes resistirem de alguma maneira. Existe dentro do contexto sociológico, diversos tipos de poder: o poder social, o poder econômico, o poder militar, o poder político, e porque não dizer também, poder eclesiástico. Entretanto, o genuíno "poder" e seu "propósito" em relação à Igreja, encontra-se no relato de Lucas em Atos dos Apóstolos, com a descida do Espírito Santo no dia de pentecostes. O poder (Gr.: dunamis), se manifestou no derramar do Espírito, seguido de propósitos bem estabelecidos. Segundo a nota homilética da bíblia Shedd em Atos 1:8, "Sem o Espírito não há poder miraculoso (dunamis)"; sem poder não há testemunho eficaz; sem poder não há avanço até os confins da terra; sem tal avanço Cristo não voltará para estabelecer seu reino. Qualquer interesse por poder, que não se enquadre numa práxis verdadeiramente bíblico teológica, sem o governo e direção do Espírito na "Igreja", torna a existência da mesma obsoleta no plano divino. Que Deus nos ajude!
SOLI DEO GLORIA!

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Usufruindo de uma boa qualidade de vida, o pensamento complexo aplicado a visão de Deus para o homem





Texto: Is 1:18-20


Um dos assuntos mais abordados atualmente pela mídia secular e religiosa através de seus programas tem sido, "Como Usufruir de uma Boa Qualidade de Vida". Um dos aspectos mais tratados sobre o assunto em questão é a saúde. Certamente não há como dissociar saúde desta temática. Entretanto, não querendo ser subversivo a esta idéia, considero ser necessário tratar da mesma numa perspectiva holística e interdisciplinar. Neste caso, é válido mencionar o pensamento complexo de Edgar Morin, que vê o mundo como um todo indissociável e propõe uma abordagem multidisciplinar e multirreferenciada para a construção do conhecimento. Partindo deste pressuposto, é de suma importância correlacionar o pensamento complexo aplicado a visão de Deus para o homem. Daí urge também a necessidade da compreensão Antropológica-teológica, que estuda a realidade do ser humano sob o ponto de vista da teologia. O Texto em questão no livro de Is 1:18-20, exprime o desejo de Deus em relação ao homem. Izaías é considerado o profeta evangélico. Visto que apresenta a mais completa e clara exposição do evangelho de Jesus Cristo que se pode encontrar em qualquer porção do antigo testamento. É principalmente na qualidade de Santo de Israel que Isaías apresenta o Senhor, que o impelia a profetizar. Vejamos algumas lições sobre o texto:

1. Vinde, pois, e arrazoemos... (V.18)
Segundo a interpretação bíblica de Shedd, Este é um convite aberto para um judicioso acerto de contas. O Próprio Deus se oferece a nos revestir de brancura da santidade, ao invés da cor de carmesim que representa nossa vida de pecados. Desta maneira, percebemos dentro de uma cosmovisão Judaico-cristã que faz a distinção entre alma e espírito, Que Deus as trata de forma integral e não separadamente, ou seja, não somos a soma de espírito+alma+corpo e sim espírito, alma e corpo. Partindo deste princípio, entendemos que Deus não tem interesse apenas em nossa qualidade de vida no aspecto da saúde física ou mental, sobretudo, Ele mostra-se também interessado em nossa essência espiritual. Acredito que a maneira como desenvolvemos nossa espiritualidade determinará nossa qualidade de vida.

2. Se quiserdes e me ouvirdes, comereis o melhor desta terra. (19)
No versículo anterior, vimos um convite aberto para um judicioso acerto de contas. Neste, temos um convite á graça. Independentemente da situação que nos encontramos, se optarmos em viver a ética do Reino (leia-se, vontade de Deus), seremos respaldados. Cristo já fez por nós à sua parte, o resto é conosco. Podemos desfrutar das benesses do Reino aqui e agora. Seja no corpo, como na alma e espírito.

3. Mas, se recusardes e fordes rebeldes, sereis devorados à espada; porque a boca do Senhor o disse. (V.20)
Jesus pagou o preço para que fôssemos livres do mercado da escravidão. Nos comprou afim de que vivamos para Ele na Era presente. O Senhor é galardoador dos que o buscam e Nele confiam plenamente. A medida que nos relacionamos com o Eternos na confiança do sacrifício de seu filho Jesus, que de uma vez por todas nos abençoou com todas as sorte de bençãos nas regiões celestiais, colhemos suas bençãos em todas as áreas de nossas vidas.

Conclusão: Se priorizarmos incessantemente nossa busca pela presença de Deus em nosso homem interior, todas as demais áreas serão tocadas pelo seu poder de tal forma que, certamente, "usufruiremos de uma boa qualidade de vida".

Soli Deo Gloria!

Por Marco Mardine

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A ele ouvi


                             
Texto: Lucas 9:28-35
Romanos 10:17 relata que a fé vem pelo ouvir a palavra de Deus. Do ponto de vista bíblico, para que vivamos à vida de Deus, não podemos desprezá-la, pois sem fé é impossível agradar a Deus. Em nosso contexto de mundo, existem "vozes" que tentam nos guiar na contra-mão de Deus. Podemos enumerar algumas delas: "As vozes do mundo secularizado e suas ideologias", do "nosso eu duro e soberbo que procura satisfação própria", do "intelectualismo filosófico e científico", da "política partidária", da "religião institucionalizada", da "democracia" (Leia-se, do povo) e do "diabo". Consideremos o que o texto em questão tem a nos dizer!
Jesus havia subido ao monte com o propósito de orar, levando consigo três de seus discípulos: Pedro, Tiago e João. Enquanto Ele orava, a aparência de seu rosto se transfigurou e suas vestes se resplandeceram de brancura. Eis que dois homens falavam com ele: Moisés e Elias, os quais apareceram em glória e falavam de sua partida, que ele estava para cumprir em Jerusalém. Na ocasião Pedro e João viram a sua glória e os dois homens que com ele estavam. Ao se retirarem estes de Jesus, Pedro lhes disse: Mestre, bom é estarmos aqui; então, façamos três tendas: uma será tua, outra, de Moisés, e outra de Elias, não sabendo, porém, o que dizia. Enquanto assim falava, veio uma nuvem e os envolveu; e encheram-se de medo ao entrarem na nuvem. E dela veio uma voz, dizendo: Este é o meu Filho, o meu eleito; a ele ouvi.
A fé que necessitamos para vencer o mundo e seu sistema, não vem pelo "ouvir as vozes mencionadas anteriormente", mas, pelo ouvir a palavra de Deus. O próprio Jesus, o verbo encarnado, é a palavra revelada que vem a nós trazendo-nos esta substância poderosa chamada "fé". Observe que vendo os discípulos a Moisés e Elias, Pedro numa tentativa de desviar Jesus da cruz diz: Mestre, bom é estarmos aqui, façamos três tendas: uma será tua, outra, de Moisés e outra de Elias. Moisés era o que dava testemunho da lei e Elias dos profetas. Na ocasião, Pedro também tentava mostrar a equivalência de Jesus, Moisés e Elias. Porém, enquanto Pedro falava, veio uma nuvem e os envolveu; e encheram-se de medo ao entrarem na nuvem. A voz que se movia na nuvem dizia: Este é meu Filho, meu eleito, a ele ouvi. Neste momento da transfiguração de Cristo, houve uma manifestação transcendental da parte de Deus. O objetivo foi apontar a superioridade de Jesus e a linearidade do evento messiânico que estava se cumprindo nele, e que fora predito pela lei no Sinai e pelos profetas veterotestamentário. A manifestação sobrenatural de Moisés e Elias no monte da transfiguração confortava Jesus dizendo estar próxima sua partida, Gr. exodon, “êxodo”. Refere-se à obra redentora de Cristo na cruz, à ressurreição e ascensão. Em suma, o que Deus queria mostrar-lhes, é que os discípulos de Jesus não deveriam se preocupar em ouvir ninguém mais a não ser o próprio Cristo. Ele disse na nuvem de glória: Este é meu Filho, meu eleito; a ele ouvi. Não permitamos ser guiados por nenhum tipo de voz a não ser a de Cristo. As escrituras são de fato as palavras do Cristo ressurreto! Tenhamos cuidado! Nada  deve sobrepor a voz das escrituras sagradasnem mesmo as vozes, "de pastores, missionários, evangelistas, apóstolos, mestres, intelectuais e filósofos".  Como disse Martinho Lutero: "Qualquer ensinamento que não se enquadre nas Escrituras deve ser rejeitado, mesmo que faça chover milagres todos os dias." Tudo que precisamos saber a respeito de nossa origem, questões circunstanciais, futuro etc... Encontramos, na voz de Jesus expressa nas escrituras. Lembre-se, Deus diz: "A ele ouvi!"

         
Marco Mardine - Bacharel em teologia (Fathel/Unifil), Bacharel em Filosofia (Faculdade Sinal), Licenciado em filosofia (ICSH) e Pós graduado em Ciências da Religião (Faculdade Sinal)